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Mãe de Santo gonçalense lança aplicativo que promete aproximar a população fluminense das heranças ancestrais culturais de matriz africana.

A ialorixá Márcia Dória, mais conhecida como mãe Márcia D’Oxum, e sua filha, a conselheira de políticas públicas culturais do estado do Rio de Janeiro, Arethuza Dória, de 38 anos, lançarão neste sábado (3), dia do aniversário de 63 anos da mãe de santo, o aplicativo IGBA - Heranças Culturais. O projeto, contemplado pela Lei Aldir Blanc de incentivo à cultura, tem como objetivo aproximar a população fluminense das heranças ancestrais culturais de matriz africana.

“O aplicativo veio para dar voz e visibilidade a todas as pessoas que salvaguardam a cultura preta, todos que praticam as culturas dessa herança ancestral no Brasil, o que vai nos proporcionar sair dessa invisibilidade em que estamos. Nós sabemos que não somos os poucos que eles dizem que somos. Esse aplicativo nos permitirá confrontar diretamente esses dados, que não conferem com a realidade do país.”, explicou Arethuza.

Para tal, o app contará com um sistema de autopromoção, na qual os membros desta nova comunidade poderão divulgar livremente seus eventos com hora, local e descrição. Assim, qualquer interessado em conhecer um pouco mais sobre uma determinada manifestação cultural, poderá baixar o aplicativo gratuitamente na Google Play Store e situar-se acerca dos próximos eventos. O programa terá também uma seção denominada “Conheça as Culturas”, em que será possível aprender um pouco mais sobre a história e importância de cada uma dessas manifestações culturais.

Arethuza destaca ainda que os objetivos do aplicativo são a educação e o combate ao preconceito, que, para ela, caminham lado a lado.

“Nós acreditamos que, através da educação, podemos criar juntos uma nova geração de jovens mais imponderados e levar as pessoas a verdadeira história desse país, que infelizmente não está nas escolas e nem nos livros. Esse é o intuito do aplicativo, permitir que estes jovens, principalmente os pretos, que hoje são 56% da população brasileira, se percebam, se identifiquem e, sobretudo, entendam o que é esse racismo institucional e estrutural com o qual eles sofrem e que está enraizado neste país até hoje. Já que ninguém nos contou essas histórias, vamos criar nossas próprias heranças ancestrais culturais.”

O projeto IGBA - Heranças Culturais dispõe também de um site institucional e páginas no Facebook, Twitter e Instagram, além de um canal no Youtube. Neste último, serão realizados debates com intuito de eternizar, através da oralidade, a memória de historiadores, antropólogos, mestres de capoeira e jongo, pais e mães de santo, entre outros especialistas sobre o tema. A live de lançamento do app acontecerá neste sábado (3) às 10h, e será transmitida nas páginas do IGBA no Facebook e Youtube.

* Estagiário sob supervisão de Sérgio Soares


Fonte  Jornal O São Gonçalo 

ESCRITO POR PEDRO DI MARCO02/07/2021 20:59,




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