Lapidações e aprimoramentos. Eis ai o perigo.
Ancestre não se lapida, não se aprimora nada a eles (as) é ensinado: Exemplo: Maneira de dançar, embalançar dos ombros, olhos fechados, posição inerte aguardando a vez para bailar, etc.
Ogum, Ode, Xangô e os demais, sempre serão ancestres. Eles afloraram/chegam e ficam. Dançam, conversam, comem, enfim, matam a saudade do convívio com seus descendentes. Eis o motivo pelo qual eles (as) voltam. Nossos ancestres não são espíritos que baixam em centros Kardecitas necessitando de rezas ou velas para se evoluírem.
Quando isso acontece, deixa de ser algo aflorado e passa a ser "estudado" - "transe de expressão", melhor dizendo: “A entidade deu lugar a identidade”. E assim, nossos ancestres foram ficando no passado. Os pais e mães de santo que caíram de “para quedas” ensinam aos que neles acreditam os passos marcados, os olhinhos fechados, etc.
“Esses (as)” dirigentes não sofrem possessão, mentem (èké - mentira), e para seus pobres descendentes mentem, quando dizem: "Quando eu viro todo mundo vira” – Esse procedimento me remonta ao meu tempo de criança: “Tudo que seu mestre mandar, faremos todos”. Quanto a não aflorar é possível, haja vista que, nenhum ser humano (pai e mãe de santo) tem o poder de modificar o interior/Orí (confiança) do seu semelhante. Assim sendo, a possessão acontece ou não.
Nós, sacerdotes (as), devemos entender que há necessidade do convívio do ancestre com seus descendentes, e não, um simples bailar de um dançarino (a) com coroa de aramado e trajado tal qual um concorrente ao Baile de Fantasia, fazendo “biquinhos”, torcendo a boca, arregalando os olhos, forçando o aumento dos lábios (para dizer que é negro, como se todo negro (a) possuísse lábios aumentados) ou trocando o semblante de serenidade por superioridade.
Orixá é orixá, não muda. Oxum sempre usará leque, Xangô, machado de dois gumes, Airá, machado de um só gume, Oya espada, Ode, arco, flecha e seteira, e assim por diante.
Assim eu aprendi. Se me provarem ao contrário, acreditarei.
Àdìfá Oba Aláàiyé Fámãkindé
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