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O Amor, o Ciúme e a Beleza.


 Contam os mais velhos que Xangô tinha três esposas: Oxum, Obá e Oyá.

A mais meiga, a mais apaixonada entre elas era Oxum.
Também a mais caprichosa e cheia de dengues.
Um dia, passeando pelo mercado, Oxum viu Oxumarê, o moço mais bonito e mais atraente daquele lugar. E aí, Oxum se deu conta: um amor enorme por Oxumarê tomou conta dela.
Os fuxiqueiros de plantão não deixaram por menos e fizeram de tudo pra que Xangô soubesse do que estava acontecendo.
Tomado de ciúme, enlouquecido de raiva, Xangô saiu em busca de Oxumarê e desafiou o rival pra um duelo.Todos sabiam: Xangô era o próprio Fogo e, quando se enraivecia, lançava as pedras de raio pelo firmamento. Quando ele falava, suas palavras eram labaredas devoradoras.
O duelo se desenvolveu pela terra e pelo céu, durando três dias com três noites.
Os medrosos correram pra se esconder, os afoitos presenciavam, vibrando a cada golpe. Xangô nunca tinha perdido uma batalha, mas Oxumarê usava seu poder também.
Ele se transformava em cobra pra escapar dos golpes de Xangô.
Por fim, o Fogo venceu a Cobra e Oxumarê foi morto.
Nanã Borokô, a Mãe das mães, condoída pelo destino fatal de Oxumarê, foi procurar Olodumare, o Controlador do Destino.
E em presença dele, narrou o acontecido com seu filho Oxumarê.
Por fim, Olodumare falou:
– No seu entender, a que se deve tudo isso?
Nanã pensou, pensou, pensou e respondeu:
– Se deve à força do amor... De tão bonito que era meu filho, até o amor se curvou diante da beleza dele.
Mas o ciúme veio e acabou com ele...
Então Olodumare sentenciou:
– O ciúme pode até ter lá suas forças.
Pode até matar a beleza, mas nunca vai poder matar o amor.
Quando Olodumare disse isso, Oxumarê se transformou no arco-íris e reinou pra sempre vivo no céu, em todas as partes do mundo.
A beleza é arrebatadora, mas é preciso saber lidar com ela.
✓ Ruy do Carmo Póvoas, "A Fala do Santo".
Extraído de Simone Santos.

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