As almas que vagam pelo Umbral não são criaturas distantes ou diferentes de nós. São pessoas... como você, como eu. Espíritos que um dia também amaram, sonharam e sofreram, mas que, em determinado momento, se perderam — assim como, talvez, você esteja se perdendo agora. O Umbral não é um castigo, mas um espelho. É o reflexo ampliado das sombras que cultivamos, das culpas que alimentamos em silêncio, dos ressentimentos que nos recusamos a curar. Cada alma ali estacionada foi, antes, alguém que adiou o próprio despertar, que silenciou a voz da consciência e cedeu ao orgulho, ao medo ou ao desespero.
Por isso, quando pensamos nas almas que vagam, não devemos vê-las com temor ou desprezo, mas com compaixão e reconhecimento: elas são o retrato do que também podemos nos tornar, caso não despertemos a tempo.
Todos os dias, quando escolhemos permanecer na dor, no rancor ou na negação, damos pequenos passos rumo à estagnação espiritual. Perdemos o fio que nos conecta à nossa essência, esquecemos a nossa missão e nos afastamos da luz que poderia nos guiar.
Mas nunca é tarde. Enquanto há vida, há a possibilidade do retorno, da reconciliação com a própria alma, da libertação dos ciclos que nos aprisionam.
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