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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL FAZ UMA REPRESENTAÇÃO AO PREFEITO EDUARDO PAES, A PEDIDO DO CEAP/RJ, SOLICITANDO EXPLICAÇÕES SOBRE A INSTALAÇÃO DE UM PALCO GOSPEL NO RÉVEILLON DA PRAIA DE COPACABANA.


 

Prefeitura do Rio já liberou mais de 06 milhões para a promoção de Eventos Católicos e Evangélicos.

O Ministério Público Federal, através de uma solicitação do CEAP/RJ - Centro de Articulação de Populações Marginalizadas do Rio de Janeiro apresentou uma representação ao Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Sr. Eduardo Paes, solicitando que num prazo de 15 dias, explique-se porque a Prefeitura do Rio decidiu privilegiar o Segmento Evangélico da Cidade com um Palco Gospel na festa de Fim de Ano, o “Réveillon de Copacabana”, com os custos financiados pelo Poder Público?

- Na Representação a CCIR-RJ – Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de  Janeiro , pede  que  a Prefeitura  do Rio  explique –se  quais  foram os  gastos  com a promoção de  eventos  religiosos no período de 2021 á 2024.

- Quais foram os investimentos e as promoções no mesmo período para a valorização da cultura com relação às Comunidades de Matrizes Africanas na Cidade do Rio.

- Porque as Religiões de Matrizes Africanas não foram convidadas a Celebrar também na Praia de Copacabana, no dia 31.12.24.

- Expliquem-se quais serão as medidas que a Prefeitura do Rio pretende adotar para o próximo Réveillon de Copacabana em 2025, alinhando-se assim ao Plano Nacional para Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiros e de Matriz Africana, de acordo com o Decreto n. 12.278, de 29 de novembro de 2024, tendo em vista a previsão nela contida de possibilidade de elaboração de Plano Municipal, celebração de acordos e destinação de recursos.

Segundo a Solicitação do CEAP/RJ, que formalizou a denuncia contra a Prefeitura do Rio, que veio promover o culto evangélico, durante a celebração de Réveillon em Copacabana, tal prática viola a Constituição Federal, que consagra a laicidade do Estado, conforme estabelecido no artigo 19 inciso I.

Fatos: a Prefeitura do Rio promoveu o Palco Gospel, palco exclusivo para cantores evangélicos. No palco 03 da Praia de Copacabana, excluindo assim a manifestação de outras religiões.  E ainda aconteceu a realização de cultos religiosos no palco 03, transformando o espaço em um ambiente de culto. O palco contou com a presença do Pastor Claudio Duarte, presidente do Conselho de Ministros Evangélicos do Rio de Janeiro (COMERJ), que  realizou o culto evangélico.

Cobertura da TV Globo: Toda a ação teve ampla cobertura pela emissora da TV globo, amplificando a promoção do evento religioso, nos telejornais da  Globo  de nível nacional e local , havendo ainda  uma  cobertura massiva durante todo o dia e pós-evento.

O tele jornal local RJTV2, chegou a reservar 09 minutos de seu noticiário para o  evento, que  através  do Jornalista  Danilo Vieira , ressaltou sobre o momento do  culto/oração , e também  fez uma  referência religiosa evangélica de louvor e  entrevistou duas  meninas , membros da  Igreja Baptista .

Palco Principal: O cantor Caetano Veloso, em dado momento de sua apresentação, cantou um louvor evangélico. Em seu discurso, mencionou que o ato era em resposta ao crescimento da religião evangélica, corroborando a ação promovida pela Prefeitura do Rio e pelo Prefeito Eduardo Paes.

Financiamento Público: O evento foi financiado pela Prefeitura do Rio e os artistas receberam cachês do órgão, utilizando dinheiro público.

Fundamentação: A Constituição Federal, em seu artigo 19 Inciso I , estabelece que é  vedado  á União , aos  estados , ao Distrito Federal e  aos Municípios , “ Estabelecer cultos religiosos , ou igrejas , subvencioná-los, embaraçar-lhes o  funcionamento ou manter com eles  ou seus representantes relações de  dependência ou aliança, ressalva , na  forma da  lei , a  colaboração de interesse público. A promoção de um culto religioso em um evento oficial da Prefeitura , especialmente ao excluir manifestações de outras religiões e  ao pressionar artistas seculares a  participar de  atos  religiosos, fere  este preceito constitucional, configurando uma violação à laicidade do Estado  e  aos principio da legalidade e  da impessoalidade que  devem nortear  a  administração pública.

Solicitação: diante do exposto, requer-se ao MPF a instauração de inquérito civil para apuração dos fatos relatados .  A adoção das medidas legais cabíveis para assegurar o respeito à laicidade do Estado. A responsabilização dos agentes públicos envolvidos na promoção do culto evangélico durante o evento de  Réveillon em Copacabana. Ressalta-se ainda que, como cidadão de crença religiosa espírita, sinto-me ofendido e com os meus direitos desrespeitados e  feridos diante  da  exclusão de outras religiões e  da promoção de uma única crença em um evento público.

Investimentos Milionários: A CCIR agregou elementos á presente noticia e enfatizou a existência de tratamento desigual ás  religiões pelo Município do Rio de Janeiro.

Diante desse evento, resta evidente a diferença de tratamento dado as diferentes religiões pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Enquanto cantores gospel recebem apoio direto e investimento financeiro com um palco exclusivo, apenas um grupo de  musicas de  religião de matriz  africana se  apresentou em Realengo, dentre de mais  de 74 apresentações.

O documento faz ainda menção á manifestação do Professor Babalawô Ivanir do Santos ( Inter locutor  do Fórum Inter Religioso  do RJ )  “ as  religiões de  matriz africana tradicionalmente ocupavam a  faixa de  areia  de  Copacabana mas  entenderam , La  atrás que não havia mais  espaço para nós . Hoje fazemos  nossas oferendas nos  dias 27,28 e  29 em  espaços  reduzidos “

Para além do  evento de  Ano Novo a  CCIR  aponta dados  alarmantes e milionários de  recursos orçamentários destinados aos  eventos  religiosos na Cidade:

- Mitra Arquiepiscopal (Católica): R$ 1.3000.000,00

-  Centenário Assembléia de Deus : R$ 950.000,00 + R$ 1.500.000,00

- Marcha para Jesus: R$ 1.500.000,00

- Expo Cristã: R$ 3.000.000,00

A CCIR-RJ  conclui , então  que  “ a  diferenciação no tratamento e  a  ausência de  apoio ( inclusive financeiro) ás  religiões de  matriz africana reforçam o preconceito já  sofrido por  religiões e  aumenta o já  altíssimo nível de  desigualdade e intolerância na  Sociedade “

 

Fonte : CEAP/RJ &  CCIR/RJ

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