OYA BÁGAN

 Oyá do Rio, Oyá da lama, Oyá sem cabeça... Esta iyaba nasce no Odú Warin, representado pela numerologia 11. Bágan teria sido o último avatar, corpo reencarnado, de Oyá, por isso, leva em si tudo o que Oyá adquiriu em suas vidas anteriores, sendo uma iyaba de culto complexo, onde poucos zeladores sabem iniciar essa mulher.

BAGAN NASCEU DA LAMA: Bagan usa pinturas feitas com lama e Osun, nasceu da lama do rio Oyá, o Rio Niger e seu culto se dá neste rio.

OYA SEM CABEÇA: Corre um falso itan de que Oyá Bagan não tem Orí, pois foi decapitada. Como alguém sem Orí pode ser plantada em um Orí, se no culto a Orisá só se dá o que se tem? Bagan na verdade arrancava a cabeça dos inimigos, por isso o nome de OYA SEM CABEÇA.

Por fundamento dessa iyaba devemos queimar a cabeça dos bichos de quartro patas que são oferecidos a ela e então colocamos esses crânios em seu igbá, junto a um par de chifres de búfalo. Seu Otá também é posto fogo, primeiro damos comida a Esú sobre o Otá e o Igbá de Bagan é de Barro.

Itan de Bagan - Odô Oyá Bagan, o Rio de Oyá Bagan

Um dia o Obá Tapá, rei dos Tapás, foi avisado que sua aldeia seria atacada. Correu para a casa de Orúla (ifá) e pediu um Ebó para afastar o perigo.

Orulá disse que ele deveria mandar sua filha levar um pano preto até a fronteira da aldeia e rasgar. O pano preto simbolizava as coisas más, e deveria ser rasgado, rasgando assim o mal. Oyá Significa rasgar, dividir, rachar. Então a filha do rei foi até a fronteira e ragou o pano preto. Enquanto ela rasgava, ela gritava: OYÁ! OYÁ! OYÁ!

Os retalhos do tecido formaram uma lama negra, formando uma poça de água negra. Essa poça de água estourou e formou um grande rio negro. Do ronco do rio se escutou um grito alto: OOOOOOYÁ!!!

Do leito do rio saiu uma mulher negra, linda, empunhando armas de guerra, logo, ela foi chamada de Oyá, e o rio de Odô Oya.

Oya Bágan é a Oyá que trás a força, o poder do grande Odô Oyá Bá Àgan, o rio Oyá trouxe força. Força essa que defendeu os Tapás do perigo, que formou uma linha separando o reino dos inimigos e eles tinham medo de tocar na água.

O rio é o berço de Oyá, cujo as águas são negras de tantos eguns que carrega.

A Íya agbá Oyá, um dia saiu voando no ar e fez um tufão de vento. A partir daí os tornados também foram batizados de Oyá, portanto, quando Íya Agbá Oyá Bá Àgan estava nervosa, ela corria pra floresta e se transformava em Búfalo!

QUAIS OS ORISÁ QUE COMEM COM BÁGAN?

ESÚ: Bágan guerreou contra Esú, ao ganhar a batalha ele jura lealdade a ela e decide acompanha-la.

OGUN: Um dia indo caçar, Ogun avistou Oyá no Rio se banhando e então se apaixonou, desse em dia em diante ele ia todos os dias no rio até que descobriu seu segredo, que era ela se transformar em búfalo. Ogun, então, escondeu a pele de búfalo de Oyá Bágan, pele essa que era parte do segredo de transformação e a obrigou casar com ele. Suas outras esposas não aceitava Bágan, pois Ogun era cego de amores por ela, sendo assim em um belo dia as outras esposas de Ogun lhe deram vinho de Palma e dele arrancaram qual era o segredo de Oyá, ou seja, ele contou que ela se transformava em búfalo e que ele tinha escondido sua pele no celeiro, as outras esposas de Ogun foram até Oyá e a falou tudo o que Ogun as revelou, ao mesmo tempo elas começaram a rir e humilhar Oyá, que se irritou e matou todas elas.

OSÓSSI: O sexto filho de Bágan se chama OGYOGAN, ele se veste com a pele do búfalo e auxilia Odé com a caça do passaro Orúro, ao ver que Odé respeitava Ogyogan, Bágan da para Odé o pó Arolê para afastar os Eguns, e Odé em agradecimento faz o Erusin de Oyá e então se tornam aliados.

NANÃ: Bágan nasceu da lama, seu fundamento é a lama preta e isso se fortalece na presença de Nanã.

OBALUAYÊ: Bágan o encontra no cemitério junto a Esú, e ao derrota-lo ele também jura leadade a ela e a acompanha.

Oyá Bágan usa branco, porém no ato do Agere ela se veste de vermelho ou marrom, além disso, ela carrega um boneco de palha nas costas, simbolizando os Eguns, ela carrega também o mariwô. Bágan não é de culto igbalé, ela é cultuada no Rio Niger.

Créditos: Fabrizio Reis.

OYÁ BAGAN

Fundamento com Oxossi, Omulu, Exú, guerreira dos ventos estreitos das matas.Veste o branco. Ligada ás Igbalés esse caminho de Oyá traz as "cabeças" dos eguns em sua mão, por isso ficou conhecida como a Oyá sem cabeça. Filha de Babà Dankó.

Bagan tem como propriedade a labareda, e governa o discernimento humano. Raramente pega a cabeça de homem. É a Senhora dos abanos e dos potes. Foi decapitada e por não possuir cabeça é conduzida por Ogun. As filhas de Bagan que não tomam os devidos cuidados, ficam propensas a terem problemas mentais. Bagan, Egunita, Pada, e Igbale estão ligadas ao culto dos mortos, e por isto tudo vai pelo branco.

Só se deve fazer estes caminhos de Oya, em último caso. Só se não tiver jeito.Mesmo assim, para fazer uma destas Iyabás, o Babalorixá deverá ter mais de 21 anos de santo, com todas as obrigações arriadas, e ter todos os Orixás feitos na Casa, para garantir a segurança do Ilê Axé. O melhor é preparar a Iyawo para outros caminhos de Oya. Assim dizem os mais velhos, e é bom respeitar. Bagan, Egunita, Pada, e Igbale, assim como outros caminhos ligados ao Culto dos Mortos, são caminhos muito perigosos e, se não levarmos em conta algumas condições, a Casa de Santo passará a ter muitos problemas.Se não houver outro jeito, a Casa deve estar preparada, assim como as cabeças que irão participar das obrigações.

Oya Bagan veste branco e Mariwo. Por baixo da saia, usa uma outra de estopa,em tiras e com 9 fitas de cores diferentes amarradas nesta saia. Traz uma boneca toda paramentada, preza na altura da barriga. As Oyas bale não gostam de ficar entre quatro paredes, devendo sempre ter uma porta aberta para elas.

Oya Bagan é feita no tempo. Indo o cabelo da Iyawo para dentro de um pote (todo pintado com Efun, Osun,e Waji), com nove akarajés, nove bolas de farinha,nove ovos, nove akaçás, nove ekurus, nove nós de bambu, nove varas de amora,nove folhas de peregun, mel, vinho, azeite doce, dendê, água, uma cabeça de cera,e um Ebô, para cobrir tudo. Fecha o pote com cimento, enfeitar com nove fitas,tendo na ponta de cada fita , um xaorô e uma cabacinha. Este pote é levado para um bambual dentro da mata.

Creditos: Mo juba.