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Como Ọṣun Deixou de Ser a Dona da Fonte Inesgotável da Sabedoria.


 Uma antiga história yorùbá diz que “Olodunmare Adani Ma Gba Gbe”, O grande criador que nunca se esquece de sua criação, convocou para o Ọrun todas as quatrocentas Divindades da direita e todas as duzentas Divindades da esquerda.

Quando todas as Divindades chegaram no Ọrun, Olodunmare disse que queria dar a eles a infinita sabedoria. Disse que o beneficiado teria a fonte inesgotável de conhecimento sobre a terra.
Olodunmare disse que jogaria do Ọrun para o Aye, o saco da sabedoria, disse que poderia jogar em uma floresta ou em um rio. Olodunmare disse que também poderia jogar no oceano ou deixar cair na copa de uma grande árvore como o Igi Odan. Disse que esse saco poderia ser jogado em qualquer cidade e quem quisesse descobrir onde estaria o saco da sabedoria, deveria ter sagacidade.
Olodunmare então pegou o saco da sabedoria e apresentou às quatrocentas Divindades da Direita e às duzentas Divindades da Esquerda, para que elas soubessem exatamente o que deveriam achar. Olodunmare disse que em 19 dias ele jogaria do Ọrun para o Aye, o saco da sabedoria.
As Divindades começaram a retornar para o Aye. Algumas Divindades fizeram sacrifícios para conseguir encontrar o saco da sabedoria, outras fizeram encantações e súplicas à Ọba Ọrun. Cada Divindade afirmava com contundência que conseguiria encontrar o saco da sabedoria.
Ọṣun por sua vez sempre acompanhava Ọrunmila. Eles consultaram os adivinhos para saber se conseguiriam ter sucesso na busca. Os Adivinhos recomendaram que Ọṣun e Ọrunmila deveriam ofertar uma cabra cada um. Que eles deveriam oferecer um rato de casa. E que eles deveriam cada um, ofertar as roupas que estavam usando. Ọṣun se recusou a fazer o sacrifício e disse: O que isso tem haver com o que estamos procurando? Ọrunmila, porém, prontamente realizou os sacrifícios que os Adivinhos recomendaram.
Todas as quatrocentas Divindades da direita e todas as duzentas Divindades da esquerda procuraram por toda parte o saco da sabedoria.
Antes de Ọṣun sair com Ọrunmila para procurar o saco da sabedoria, um rato de casa entrou onde ela guardava suas roupas e comeu os bolsos de sua roupa. Ọṣun vestiu a roupa, mas não percebeu que o rato havia comido os bolsos.
Ọṣun e Ọrunmila partiram à procura do saco da sabedoria. Ọṣun estava bem mais a frente de Ọrunmila que ficava para trás. Ọṣun encontrou o saco da sabedoria e disse em alto e bom tom:
“Oh, eu achei o saco da sabedoria. A fonte inesgotável do conhecimento será minha”.
Ọṣun pegou o saco e colocou no bolso de sua roupa que o rato havia comido. Ela dizia:
“Ọrunmila venha logo, eu achei o saco da sabedoria”.
Ọṣun continuou andando e não se deu conta de que saco da sabedoria caiu de seu bolso que estava comido pelo rato. Ọrunmila que vinha atrás viu o saco cair e pegou para ele, sem nada falar.
Ọrunmila e Ọṣun finalmente chegaram na casa de Ọṣun. Ọrunmila então disse:
“Ọṣun, deixe-me ver o saco da sabedoria”.
Ọṣun respondeu para Ọrunmila que jamais deixaria um homem ver o saco da sabedoria. Mesmo com os incansáveis pedidos de Ọrunmila, Ọṣun disse que não lhe mostraria nada.
Ọrunmila então foi para sua casa. Já sozinha, Ọṣun tentou tirar o saco da sabedoria do seu bolso, quando então percebeu que o saco não estava mais lá, percebendo que o bolso estava furado.
Desolada, Ọṣun foi até Ọrunmila pedindo lhe perdão e dizendo que queria viver ao seu lado. Ọrunmila aceitou, mas lhe deu somente um pouco da sabedoria inesgotável que agora era dele. Ọṣun por sua vez, disse que nenhuma mulher deveria mais usar aquele tipo de roupa que ela usou na empreitada de buscar o saco da sabedoria e que jamais deixaria de fazer os sacrifícios prescritos pelos Adivinhos.
Fonte: ZAP Kiko D Òsún

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