Você sofre tanto, mas tanto injustamente que ninguém consegue te compreender. As pessoas julgam você o tempo inteiro. Você é visto como o perturbado, briguento, atormentado, tudo isso por conta de você ter o fogo
de Oyá dentro de você.
Ser filho de Oyá é não ter muitos amigos, mas apenas os que você conta nos dedos. Ninguém consegue te entender. Você mostra toda a verdade, mas mesmo assim, não te valorizam. É tão difícil ser de Oyá nessas horas de ódio, onde você sempre saí como errado.
Mas você percebe que TUDO isso é tão simples. Porque com o passar do tempo, você nota que você é a sua verdade e que você apenas faz o que é certo, mesmo que o mundo todo esteja contra você, a verdade que você tem é apenas sua, pois você reflete a sua mãe guerreira.
Perseguição, calúnias, traições, tudo isso quem é filho de Oyá sofre.
Ah, mas é tão lindo ser de Oyá. É tão gostoso sentir o vento da Ìyagbà em nosso rosto, o toque dele em nossa alma. O coração acelera, ela chega mais perto e sussurra:
"Estarei sempre contigo. Pode contar comigo, meu filho, eu te amo."
Ela se mostrou como uma bela borboleta. Mostrou que, pode ser furiosa feito um búfalo, mas é tão calma, linda e pura como uma borboleta.
Por falar em borboleta, nós, filhos de Oyá, somos vistos como uma lagarta. Rudes, grotescos, estranhos, feios, horríveis, mas dentro de nós existem incalculáveis borboletas que batem em nosso espírito nos transformando em melhores do que nos julgam. O nosso caráter é ilibado, correto, justo, honrado, ninguém nos corrompe. Preferimos viver na rua, livres como o vento do que dever ou depender de alguém.
Nós, filhos de Oyá, não sofremos calados. Somos o rosado do entardecer no céu. Somos o raio que fere os covardes, imorais, hipócritas e mentirosos. Somos aqueles que nenhum dos eguns, kiumbas ou qualquer coisa negativa nos derruba. Somos guardiões das pequenas e grandes calungas.
Somos a espada da justiça, somos a tempestade, o furacão, a erupção, a audácia e a coragem de se sacrificar sempre pela verdade, de morrer por ela. Gritamos sim, choramos de indignação sim, pois sentimos a dor do outro em nosso âmago, em nosso profundo ser.
Somos a cara da coragem, o verbo fazer, amigos leais, que briga pra defender os mais incautos. Nós, filhos de Oyá temos o que os outros não tem:
O renascimento do fogo, o fogo que vem de Òrun, o fogo sagrado de Olódùmarè. Altivos, elegantes, sempre com a cabeça erguida, assim somos, pois mostramos a nossa cara o tempo todo, não usamos meios termos, não prometemos coisas e deixamos de cumprir, JAMAIS! Cumprimos sempre com o nosso compromisso, temos palavra, somos 8 ou 80, sem bajulação, é sim, sim ou não, não, e botamos um ponto de exclamação!
Obrigado, minha mãe Oyá, por todos os momentos de altos e baixos, pois com tudo de ruim e também de bom, a senhora nunca permitiu me deixar caído no chão para a alegria dos que me detestam. Sou a força de Oyá, ela vive em mim e eu vivo por ela, nessa vida ela me auxilia e eu sou eternamente grato por ser amado por essa maravilhosa borboleta divina, esse búfalo feroz, essa Òrìsà guerreira, essa grande mulher de invejável beleza.
EPARREY!
Texto de Thau Ãn
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