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ORIGEM E FUNDAÇÃO DE KETU


 Distante aproximadamente 80 km a leste de Abomé, um pouco acima do paralelo 7º 22’, no planalto de laterita, ladeado a leste por um pequeno barranco, ergue-se a cidade de Ketu, antiga capital do reino do mesmo nome, decaída hoje ao nível de mera sede de distrito.

Este distrito é atualmente limitado, ao norte, pelo paralelo 7º 38’, que passa, em princípio, pela confluência do rio Uemé com o rio Okpara, seu principal afluente na margem esquerda; ao sul, pelo paralelo 7º 08’, que passa pela pequena aldeia de Odo-Méta, situada na estrada Ketu Pobé, a meio caminho entre estas duas cidades; a leste, o limite confunde-se com a fronteira Daomé-Nigéria, aproximadamente entre os postos nº 127 (ao norte) e nº 78 (ao sul); a oeste, um limite geográfico, o rio Uemé, substituiu recentemente (em 1947) uma linha de demarcação lingüística que separava as aldeias fons (a oeste) das aldeias iorubás, tendo sido Ewé, no entanto, incluído no território de Ketu. Esta linha, quase norte-sul, passava a menos de 2 quilômetros a oeste de Ketu.
Mas o antigo reino de Ketu ultrapassava amplamente estas fronteiras oriental e ocidental. A leste, alcançava o córrego Yewa e incluía
Méko (Mekaw), assim como Ilara e Idofa; a oeste, estendia-se até o Uemé.
É praticamente impossível saber quais foram as primeiras populações que habitaram outrora a região de Ketu. No entanto, elas deixaram sinais. Em Idanhim (Idigny), por exemplo, encontram-se antigos túmulos cavados no revestimento laterítico, de um estilo hoje abandonado, e que as populações que hoje habitam a região, fons e iorubás, concordam em atribuir a predecessores desconhecidos. Nestes túmulos, podem-se encontrar, às vezes, antigas contas vermelhas de cornalina, lapidada, bem conhecidas no Daomé sob o nome de “contas de Ketu”.
Existem, ao norte de Ketu, nas proximidades da aldeia de Ewé, as ruínas facilmente identificáveis de uma antiga aldeia, abandonada há séculos, e que os iorubás chamam de Ilé-Sin (a casa dos sins). Estas ruínas, invadidas pela vegetação, contêm túmulos onde se encontram pedaços de cerâmica, cisternas cavadas na laterita e em parte quebradas; lá existem igualmente túmulos análogos àqueles de Idanhim. Quem são os sins? De acordo com as tradições de Ketu, a antiga aglomeração de Ilé-Sin já estava ocupada quando foi fundada a cidade de Ketu. Os fons que lá moravam teriam abandonado sua cidade há seiscentos ou setecentos anos para refugiar-se em Ketu que lhes oferecia a proteção de uma população numerosa e de muralhas fortificadas. Parece que aqueles fons de Ilé-Sin só haviam reocupado um antigo sítio abandonado. Os antigos túmulos não se devem a eles. Mas quais eram estas populações primitivas?
A tradição local de Ketu não remonta além da chegada dos iorubás-ifé ao atual reino de Ketu e do recuo consecutivo dos fons para o oeste, em direção ao rio Uemé, numa época que podemos situar por volta do século XI de nossa era. O mais antigo rei que ela menciona é Isa-Ipasan, que teria deixado a metrópole iorubá de Ilé-Ifé para caminhar em direção ao noroeste: foi seu 6º sucessor, o rei Edé, quem fundou Ketu, por volta do século XI.
As tradições dos iorubás de Ilé-Ifé falam de antepassados que teriam vindo da Arábia, do Iêmen, que eles teriam deixado após desentendimentos de ordem religiosa. Teriam feito inicialmente uma primeira pausa nas margens do Nilo, no alto Egito, depois de uma viagem de 90 dias, carregando consigo seus bétilos sagrados. Um belo dia, abandonando as margens do Nilo, teriam partido em massa em direção ao Uemé, talvez subindo o curso do Bahr-el-Gazal – o Rio das Gazelas – e teriam chegado, finalmente, à região do Baixo Níger.
Lá, teria ocorrido uma divisão do clã. Um primeiro grupo, o mais importante, teria ficado na margem direita do Baixo Níger, onde acabava de chegar e onde tinha sido favoravelmente recebido por um monarca local, ao mesmo tempo chefe político e religioso. As duas antigas metrópoles dos iorubás, cidades santas, teriam sido fundadas, e o culto dos espíritos locais, associado àquele dos antigos deuses da Arábia. Não tinham conseguido, apesar das inúmeras vicissitudes da migração para países desconhecidos, trazer da Arábia para além do rio Kora (Níger), os bétilos sagrados, veneráveis pedras vindas dos lugares mais remotos do Iêmen e que ainda podem ser vistas em Ilé-Ifé e Ilé-Isa? Um daqueles bétilos, o mais famoso, leva gravado na pedra dura as dezesseis respostas elementares de Fa, os Fa-dú, que, combinados de dois a dois, dão dezesseis ao quadrado, isto é, duzentas e cinqüenta e seis respostas.O mais antigo rei da dinastia de Ketu, cujo nome teria chegado até nós, pelas tradições locais particulares de Ketu, unânimes a este respeito, é o rei Isa-Ipasan, o “chicote do deus”. Para sermos mais precisos, ele não seria propriamente um rei de Ketu: esta cidade será fundada pelo rei Edé, seu sexto sucessor. Entretanto, ele é mencionado no início da lista por todas as tradições que procuram essencialmente lembrar as origens da dinastia local, marcando sua ligação com a família real de Ilé-Ifé, fon et origo de todas as famílias de príncipes do país iorubá e até de Benim.
Isa-Ipasan, filho de Kpaluku e de Olu Unku, era um príncipe de Ilé-Ifé, a venerável metrópole da margem direita do Níger. Não nos foi contado por que razões ele tomou a decisão de abandonar sua cidade natal para dirigir-se para o oeste, a quase duzentos quilômetros, levando no seu exílio voluntário suas mulheres, entre as quais Tolu Dagbaka e Odua, seus filhos, seus servidores e todo o seu clã, composto de várias centenas de famílias. Não é preciso procurar muito: é bem provável que fosse depois de brigas ou mesmo de guerras civis, provocadas pelas ardentes competições dos príncipes, pretendentes ao trono vago. Estas brigas ocorrem tão freqüentemente na história dos reinos africanos...
Isa-Ipasan, depois de ter atravessado o rio Ogun, subiu o curso de um dos seus afluentes da margem direita, o Oyan (Awyan, nos mapas da Nigéria), rio que nasce na Nigéria, perto do Okpara, corre para o sudeste e vai jogar-se no rio Ogun, acima de Abeokuta. Uma colina próxima ao Oyan forneceu um local favorável à construção de uma aldeia que foi simplesmente chamada Oké-Oyan (a colina de Oyan).
Vários anos se passaram. Um belo dia, uma primeira divisão ocorreu, cujas causas não foram conservadas pela tradição. A aldeia de Oké Oyan foi abandonada. Um dos príncipes, Owé, tomando a direção da parte mais importante do clã, seguiu o rumo do oeste. É deste príncipe que nos ocuparemos, pois um dos seus sucessores fundará Ketu.
Um segundo príncipe, mais novo, seguido por numerosas famílias, deixou por sua vez Oké-Oyan para penetrar nas solidões do noroeste. Subiu o Oyan até sua nascente, atravessou o Okpara e estabeleceu-se numa grande floresta freqüentada por rebanhos de palancas negras e de búfalos, o que atraía numerosos leões. A aldeia da floresta foi então chamada Kilibo (Kini-Igbo), a floresta dos leões, na atual subdivisão de Savé.
O país não estava desabitado e uma tribo iorubá, os ados, perseguidos por todo o Daomé meridional, tinha encontrado ali um refúgio. Mais tarde, os imigrantes de Oké-Oyan instalados em Kilibo serão obrigados, por causa das razias devastadoras dos cavaleiros baribas vindos de Nikki, a descer para o sul, onde fundaram o reino de Savé.
Enfim, o terceiro príncipe, o mais novo, desceu o curso do Oyan e, depois, o do Ogun, acompanhado por uma fração do clã primitivo. Subindo para o norte, além da nascente do Ogun, atingindo quase o 9º paralelo, fundou a cidade de Oió (a antiga, chamada Katunga pelos haussás). Foi durante vários séculos a capital do mais importante de todos os reinos iorubás.
O rei Isa-Ipasan seguiu o primogênito dos seus sobrinhos, o príncipe Owé, filho de Adeyonu e de Asebi, que, tomando a direção do êxodo, embrenhou-se na floresta do oeste. Após dois dias de viagem, chegaram a uma floresta, onde encontraram um local favorável. Ali, todo o clã parou e uma nova aldeia, Aro, foi fundada, não muito distante da atual fronteira Daomé-Nigéria. Algum tempo depois, o velho rei Isa-Ipasan veio a falecer. O príncipe Owé foi eleito no seu lugar, tornando-se, assim, o segundo soberano da nova dinastia. Seu primeiro cuidado foi proceder ao sepultamento do corpo de Isa-Ipasan, em Oké Oyan, a antiga aldeia abandonada, obedecendo, deste modo, às últimas vontades do velho monarca. Para que se pudesse encontrar seu túmulo no meio da aldeia deserta que a vegetação ia aos poucos invadir, uma plataforma foi construída, sobre a qual o rei Owé plantou um galho da árvore chamada orupa, essência de grande vitalidade e fácil de se identificar.Quando iniciamos a série Ede Yorubá, abordando o idioma dos Deuses Africanos, recebemos muitas mensagens indagando-nos sobre os números em yorùbá.
Em uma das mensagens, uma leitora da Fanpage nos perguntou como escrevia de forma correta o número sete (7) em yorùbá, pois estava redigindo o convite de sua obrigação de sete anos e, lhe orientaram a escrever “Odu Ije”.
Na ocasião, respondemos que o número 7, na verdade, se escreve “Èje” e que não seria Odu. Sobre isso, vamos falar em outra postagem...
A pergunta da leitora, motivou-nos a publicar nessa postagem, a lista dos números em yorùbá (de 1 à 100), com o objetivo de atender a maior parte das dúvidas sobre o tema. Continue participando, sempre que possível continuaremos a abordar os temas relacionados a cultura yorùbá e dos nossos Deuses Africanos.
1-Ení / ọ̀kan
2-Èjì
3-Ẹta
4-Ẹrin,
5-Àrún
6-Ẹfà
7-Èje
8-Ẹjọ
9-Ẹsan
10-Ẹwa
11-Ọkanla
12-Ejila
13-Ẹtala
14-Ẹrinla
15-Ẹdogun
16-Ẹrindinlogun
17-Ẹtadinlogun
18-Ejindinlogun
19-Ọkandinlogun
20-Ogun
21-Ọkanlelogun
22-Ejilelogun
23-Ẹtalelogun
24-Ẹrinlelogun
25-Ẹdọgbọn
26-Ẹrindinlọgbọn
27-Ẹtadinlọgbọn
28-Ejidinlọgbọn
29-Ọkandinlọgbọn
30-Ọgbọn
31-Ọkanlelọgbọn
32-Ejilelọgbọn
33-Ẹtalelọgbọn
34-Ẹrinlelọgbọn
35-Arundinlogoji
36-Ẹrindinlogoji
37-Ẹtadinlogoji
38-Ejidinlogoji
39-Ọkandinlogoji
40-Ogoji
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45-Arundinladọta
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50-Adọta
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59-Ọkandinlọgọta
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65-Arundiladọrin
70-Adọrin
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90-Adọrun
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95-Arundilọgọrun
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97-Ẹtadilọgọrun
98-Ejidilọgọrun
99-Ọkandilọgọrun
100-Ọgọrun
Que Osumare Araka continue olhando e abençoando todos!
Casa de Osumare

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