Há uns anos atrás eu estava na casa de pai Ajaleí d´Ogun, festa do santo dele e meu avô de santo Paulo da Pavuna tbm estava. Quase no final, quando estavam cantando alguns oyès observei que pai Paulo parou de dançar quando cantaram uma cantiga, onde as pessoas dançavam segurando as contas. Claro que quando tive chance perguntei o motivo e ele, como sempre, me explicou que só quem dança aquela cantiga é quem vai voltar no próximo ano para ver o orixá homenageado e as pessoas dançavam daquela forma jurando pelas contas (apetrechos sagrados) que voltarão no próximo ano.
Fico aqui pensando nos yawós que fazem juramento segurando ikelê, contas, mokan, pedras, ferros, vultos e, principalmente, sobre o sagrado e depois esquecem e fazem tudo ao contrário.
Eu tenho muito medo de juramento porque acredito no vento que me governa.
Estou em momento de reflexão, preciso promover algumas mudanças em minha vida. Sei que vai ser doloroso, mas mudar é preciso.
Que meu pai Logun esteja comigo, que meu pai Xangô me segure no colo e que Seu Tranca Ruas das Almas seja meu advogado, como da outra vez que conheci o fundo do poço.
Desculpem o desabafo, eu sou transparente e nem só de alegria vive uma pessoa normal.
Tenham todos uma ótima noite.
ALEXANDRE CHEUEM.
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