Com vestimentas do candomblé, três passageiros tiveram sua corrida recusada por motorista de aplicativo após entrarem no carro. Rafael da Silva estava com suas filhas de santo, Ana Paula e Sandra Martins, quando sofreram a discriminação na última terça, 08, no Engenho Novo, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro.
Em seu relato, o Babalorixá explica que estavam carregando algumas sacolas e caixas com materiais para o trabalho espiritual que seria feito antes do anoitecer. As vítimas não transportavam animais, nem desrespeitaram normas da companhia, mas ouviram diversas vezes do motorista: ‘’não faço esse tipo de corrida’’, contou o dirigente.
A irmã de Rafael, Tamara da Silva, fazia companhia aos passageiros na espera pelo serviço da 99Taxi e testemunhou o ocorrido. O dirigente do terreiro Egbé Asé Bangbosê tentou fazer a denúncia na delegacia do bairro, mas foi orientado a procurar a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde já registrou um Boletim de Ocorrência.
A denúncia no Facebook do Babalorixá tem gerado bastante repercussão e o vereador e presidente da Frente Parlamentar contra a Intolerância, Átila A. Nunes entrou em contato com a vítima para enviar um ofício ao aplicativo e ajudar a resolver o caso. ‘’Nitidamente agiu com preconceito religioso’’, comentou o vereador na publicação de Rafael.
”No primeiro momento fiquei tão perplexo que mal consegui me mover para sair do carro. Me senti muito agredido, sem chão e sem ação. Depois de descer do carro, fiquei desapontado comigo por algum tempo, por não ter tomado a ação de chamar a polícia lá no local. Mas, doeu mais ainda quando vi os comentários de muitas pessoas, algumas da própria religião, me atacando com xingamentos e acusações, como se nós fossemos os criminosos. A palavra que define o que sinto agora é medo.”- Rafael da Silva.
FONTE ; NOTICICAS DE TERREIRO
Por Alessandro Valentim 16.09.2020.
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