Obrigação Anual/Semestral dos Exus
Esse assunto é um tanto debatido, alguns dizem que Exu não precisa de ser duas vezes ao ano que apenas uma vez é válido, há sacerdotes que fazem sacrifícios semestrais, há quem faz até mesmo mensal, isso mesmo. Mas não é o nosso caso aqui entrar no mérito, pois cada um tem sua raiz, sua doutrina e seu fundamento, desde que não estejam afrontando as proibições da sua vertente, está tudo bem.
O nome obrigação causa as vezes uma imagem pesada, os adeptos acabam levando o sentido bom da coisa por algo ruim, pois afinal ninguém gosta de fazer algo obrigado, logo acabam fazendo de qualquer jeito. Mas vamos aqui elucidar o porque das obrigações partindo de um parâmetro de um adepto que faz suas obrigações anualmente.
Todo ano o adepto sacrifica em honra a seus Exus cabritos, aves, etc, e durante um ano inteiro ele poderá gozar das bençãos daquele sacrifício propiciatório. É aquele sacrifício obrigatório que dará direito a todo momento que se prostrar diante de suas entidades e realizar um procedimento espiritual seja de qual porte for, esse sacrifício anual quem estará por trás dando a certeza e segurança para que o que realizará naquele momento para si ou para terceiro.
A força do Exu ou Pombagira não reside no nome dela, isso mesmo. Não é porque o senhor fulano possui Exu Rei que ele será mais forte que o Exu Mirim do beltrano. Não mesmo. Se esse Exu Mirim recebe suas obrigações em dia, animais saudáveis, frentes corretas, bebidas etc terá muito mais força do que um Exu Rei que recebe uma única ave uma vez só no ano ou quando o seu guardião achar que está na hora. Não é assim que funciona. O axé tem que ser renovado de tempos em tempos, no mínimo uma vez ao ano o seu axé tem que ser renovado. E é nesse momento em que não fazemos esperando e enchendo Exu e Pombagira de pedidos, não mesmo, é hora de agradecer as suas bençãos. É hora de se fortalecer e fortalecer quem te sustenta nesse caminho quimbandeiro.
Sua condição financeira não permite mais que uma ave, uma frente e uma bebida por obrigação? Beleza. Sendo de bom coração, o seu sacrifício será bem aceito e colherás bons frutos. Agora se tu tens condições de fazer uma mesa com sete, nove, seja o número que for de frentes e bebidas, sem te causar fome, dívida ou sede, ou seja, tenha prosperidade ou condição mesmo para isso, assim o faça. Não renegue o axé de prosperidade de seu Exu, não cultue não miserabilidade espiritual, seja próspero com o Espírito para que ele seja contigo. Se tens Exus e não tem governo (liberação de axé de faca) para obrigação dos mesmos, procure quem tenha, mas dê de comer, pois é certo que a ti não faltará.
“Exu ganhou um gado,
Mas não quis comer sozinho,
Dividiu com os camaradas,
Pedaço por pedacinho...
Ai chegou seo Lucifér,
A pombagira e Tranca Ruas de Embaré!”
Mas não quis comer sozinho,
Dividiu com os camaradas,
Pedaço por pedacinho...
Ai chegou seo Lucifér,
A pombagira e Tranca Ruas de Embaré!”
Att,
Mestre Marco do Exu Marabô
Mestre Marco do Exu Marabô
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