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A Morte e a Ancestralidade

A Morte e a Ancestralidade

Todas as pessoas que vivem no mundo, um dia encontrarão Ikú (a morte), e partirão em rumo ao Ọ̀run, esse é ciclo natural dos seres humanos, porém, para os Yorubás e para os seguidores das religiões afros, a morte não simboliza o fim de tudo, ela apenas marca o fim da vida terrena e o inicio de um novo ciclo, em que somos lembrados e reverenciados por nossos descendentes.

A nova forma de “vida” é vivenciada quando se iniciam as obrigações post-mortem, ou seja, no Àṣèṣè/Arìsùn. Seguindo a tradução deste último termo (Arìsùn = corpo que dorme), denota-se bem como os yorubás tratam essa questão, ela é considerada um eterno sono. As pessoas que falecem e para se tornarem ancestrais com merecimento de culto, deverão ser pessoas que atingiram uma idade avançada (falecimento de jovens é considerado uma tragédia), que tiveram bons filhos (pode ser religioso), possuíram uma boa qualidade de vida e foram sérios sacerdote de Òrìṣà. Também, não menos importante, entra o caráter (Ìwà), ele é a prova de nossos feitos no Àiyé (Terra) para quando a pessoa for "julgada" no Ọ̀run e então, será encaminhada ao plano (são total de nove planos no Ọ̀run) em que mais se enquadra.

Após isso, a pessoa torna-se um ancestral, adquirindo poderes para abençoar seus descendentes, sendo respeitosamente chamados de Bàbá/Ìyá Mi (meu/minha Pai/Mãe), caracterizando a afeição e respeito de seus descendentes por eles.

A “verdadeira” morte dá-se através do “esquecimento”. Esquecido por seus descendentes não recebendo as devidas reverencia, não sendo lembrado pela sua posterioridade, o Ancestral acaba por “morrer”. Os cultos afros são em sua essência, um culto familiar (ancestral), por isso para muitos quando reverenciam seus ancestrais, nunca dizem: meu falecido pai, minha falecida mãe. São tratados como se estivessem sempre vivos, mesmo que seja em outro plano. Vivos a zelarem sua descendência.

@aseque5 ( ILÊ ORINLÁ FUN FUN ) Asé Queiróz.





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