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A VIDA E A HISTORIA DO BABALORIXÁ RENATO D. OGUN - RJ


Pra quem não me conhece , pense bem antes de jogar pedras, pois um dia pode ser com você.
Minha experiência com o santo começou dentro de uma sala de aula onde eu estudava . Com apenas oito anos, tive meu primeiro contato com minha umbanda que tanto amo e até hoje não abandonei.
Lembro que senti um forte zumbido no ouvido e ,sem conseguir me expressar, (a voz não saía), entrei em desespero para chamar a professora. Não conseguia me mexer. Tive um apagão. Acordei na diretoria da escola onde o diretor me perguntou se eu morava na comunidade, pois ele iria me levar em casa .
Enfim,ao anoitecer, meu pai ,que trabalhava em casa com um preto velho chamado Vovô Mineiro, mesmo sem gostar da religião, este preto velho era muito querido e ajudava muitos ali por perto ,sempre atendendo em casa , mesmo contra a vontade de meu pai que não gostava .
Logo quando veio, mandou me chamar. Como tinha muito medo deles, eu me escondi debaixo da cama e meu irmão mais velho veio me buscar. Foi aí que ele me olhou, chamou minha mãe e disse : - Este meu filho vai seguir o caminho que meu filho nunca aceitou. Será um grande homem e terá uma casa de santo só dele. Meu filho hoje coroou ele como CABOCLO VENTANIA.
Caboclo este que mais tarde viria a trabalhar em uma casa de Umbanda ali mesmo em São Cristóvão. Terreiro do caboclo Pedra Negra ainda existente ...
Enfim,quando somos escolhidos, a vida, em alguns momentos, fica bem difícil. Lembro que me privava de festas etc e etc. Mesmo ainda muito jovem,gostava de me divertir , mas a cada momento tinha um novo caminho que ia se desenvolvendo dentro de minha mediunidade ...
Resolvi que com meu primeiro emprego na Caixa Econômica como estagiário , meu salário seria pra construir um pequeno cômodo para os santos de meu pai trabalhar e logo eu ajudaria ele nas sessões . Bem pequeno, no bairro do Gramacho, tivemos logo uma procura muito grande o que seria para ser só em família se tornou a Tenda Espírita Vovô Mineiro. Fazíamos sessões aos sábados. O lugar logo ficou pequeno pra tudo .
Nos mudamos para o Jardim Leal, espaço doado pelo meu tio, irmão da minha mãe , tio Toinho rs . Verdadeiro homem de Ogum , que faleceu logo cedo aos 43 anos .
A casa prosperou com ajuda de filhos e amigos e, com a procura, surgia a obrigação de orixá para que eu pudesse colocar a mão onde realmente precisava. Foi aí que me iniciei no candomblé na casa de Mãe Lurdes de Oxum, no Jardim Metropolis, nação Angola . Ela era uma senhora sábia e ,como toda mulher de Oxum, pulso firme. Minha águas foram trocadas para Apo Afonjá onde não permaneci muito tempo, logo indo para Engenho Velho .... vitórias , conquistas e derrotas. Isso tudo fazia parte, pois como toda religião nem sempre estamos para vencer, mas sim para aprender. Com as quedas continuar e guardar de lição . Hoje a casa existe em São Cristóvão , com minha esposa Betsy ,mulher de fibra e amiga para todas as horas, meus filhos de santo e família .
Toco meu barco e, graças a Ogum, mesmo com algumas tempestades,está em alto mar, rumo sempre a novas conquistas.
Então, TENHO sim uma história que se deve a mim e àqueles que realmente sabem por onde passei e caminhei . Não mando recado e muito menos tenho a preocupação com as vidas alheias. Tenho mais o que fazer. Cuidar da minha família carnal e espiritual são a minha missão.
Só não se esqueça de uma coisa. Ao direcionar sua flecha ou tacar suas pedras, lembre-se de que nunca ninguém botou algo na minha cabeça e que meu orixá é vivo em minha vida. A lei do retorno existe com certeza e só cabe a Deus julgar nossos atos.
Que Ogum, meu rei, e Oyá, minha mãe, abençoem todos aqueles que me amam e aqueles que também vivem nas sombras de outros , pois a minha, com certeza, tenho porque mereço ..!!!!

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