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QUEM FOI O BABALORIXÁ MAZINHO DO BOIADEIRO DE SEPETIBA ?


 Homenagem ao saudoso sacerdote Mazinho de Boiadeiro

Conhecido como MAZINHO DO BOAIDEIRO, nome que recebeu ainda nos anos 70, quando foi considerado pela mídia como um dos sete zeladores mais importantes do Rio de Janeiro, juntamente com José Ribeiro, João da Gomeia, Olegário, Rufino, Manulagêe Biolê), de antigos amigos e irmãos de fé na Nação de Angola, no Candomblé, que quando queriam identificá-lo para outras pessoas diziam: “É o Osmarzinho, aquele que tem aquele Boiadeiro que dança lindo”, e com o passar do tempo acabou virando Mazinho do Boiadeiro, deixando de usar inclusive a sua digina.
Aos 79 anos, Pai Mazinho lembra com alegria e entusiasmo que nasceu dentro de uma casa de candomblé, suas tias de parte de pai Mercedes e Elvira Tira teima e seu tio de parte de mãe Jurandi, foram os grandes incentivadores, mesmo contra a vontade de seus pais, e a pedido da tia Mercedes, foi iniciado na religião por Vicentina (Renata), em 1939.Fui iniciado em Angola, aprendi fazer Candomblé e amo a querida Umbanda.
Ao falar de sua fama de “filho do diabo” e de bruxo, Mazinho explica; “Quando comecei com a casa em 1948 era tudo muito difícil, havia muitas perseguições e depois de muito apanhar, um certo policial me obrigou a confessar que era filho do diabo, e aí, a imprensa tacou na capa dos jornais e revistas, -”Bruxo filho do diabo é preso em Piedade”. Meu Deus do céu, eu nem acredito no diabo, eu sou um religioso e só fiz ajudar as pessoas. Nunca busquei aparecer, se fui considerado entre os mais importantes da época e hoje recebo o reconhecimento de vocês, é porque trabalhei muito e continuo dando a minha contribuição na religião. Acabei deixando o meu trabalho profissional de lado e só me dediquei ao Orixá.
Ainda falando da perseguição sofrida, Pai Mazinho relatou como surgiu a corrente que Seu Tiriri Lonan (entidade da linha de exú que ele trabalha), . - Quando éramos perseguidos pela polícia, tínhamos que ir para o meio do mato para fazer os rituais de nossa religião, aí abri uma espécie de clareira e num buraco no barro da encosta coloquei os assentamentos e o mato ajudava a esconder para eles não quebrarem tudo de novo, mas mesmo assim eles nos acharam e daí o seu Tiriri, disse, tenho a solução para acabar com esta perseguição e mandou comprar uma imagem de Oxalá (Jesus no sincretismo religioso), de um metro de altura, e deixou a turma prevenida, quando os policias chegaram ele começou a rezar e a louvar a Deus, como eles não viram nada que eles pensavam ser bruxaria, nos deixaram seguir e por várias vezes voltaram para conferir e lá estava ele fazendo a oração, que virou uma corrente, que é feita até hoje, todas as quartas-feiras, no terreiro em Sepetiba, e que de forma gratuita tem ajudado tanta gente ao longo deste muitos anos.
Ao falar de sua trajetória de compositor de cantigas de Umbanda e Candomblé, ele afirma: “São mais de 500 composições, acho que mais de 15 gravações, quando era difícil fazer uma.
O pai de 21 filhos carnais e mais de cem iniciados na religião, faz uma reflexão de sua trajetória, e afirma: “Não aceito esta demonização que querem atribuir a nossa religião, o que fazemos é louvar a Deus dentro do que aprendemos e com os nossos preceitos. Minhas canções para Exú e Pombagira, são falando de amor, energia boa e sucesso.... Quem viveu tudo que eu vivi e assisti outros amigos passarem, fica um pouco decepcionado com algumas pessoas que fazem negócio e não religião. É lógico que tem gente séria e respeitadora das tradições e fundamentos do Candomblé. ..Antigamente quando alguém reclamava de um zelador (a), ia-se a casa do mesmo (a) e esclarecia tudo dentro do preceito religioso... Mas minha fé não muda, meu respeito e gratidão a todas as divindades e em especial ao Caboclo Boiadeiro e ao Seu Tiriri é o mesma... Há quase vinte e cinco anos escolhi viver e ter minha casa religiosa aqui em Sepetiba e ganhei muitos amigos na religião e no bairro... Sou um homem simples e quero ainda poder ajudar...”, afirmou Mazinho. 

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