Muita gente não crê em itan é só comenta sobre eles quando lhe convém ou favorece em alguma situação de superioridade e êxito do orixá da pessoa que o conta, como diz o ditado quem conta um conto almenta um tanto, mas esse costume de se exaltar pela vitoria relatada no itan para menospresar alguém tem que ser extinto, isso é um ponto de vista meu, e é com um itan que começo a falar nessa junção de informações sobre o inhame ou cará conhecido como isú, seu nome em Yorubá.
ITAN: O PORQUÊ OGUM COME INHAME
Oxaguiã, rei Ejigbojo ( Elejigbojo ), chamado “Orixá comedor de inhame
pilado”, inventou o pilão para saborear mais facilmente seus prediletos inhames.
Todo o povo de seu reino adotou sua preferência. E tanto que se comia inhame que não se dava conta de plantá-lo. E assim, grande fome se abateu sobre o povo de Oxaguiã.
Oxaguiã foi consultar Exú, que o mandou fazer sacrifícios e procurar o ferreiro
Ogun, que na época vivia em Ipexá. O que podia fazer Ogun para que o povo de
Ejigbô tivesse mais inhame ?
Ogun pediu sacrifícios e logo deu a solução. Em sua farja, Ogun fez ferramentas de ferro, fez enxada, enxadão, foice, pá, ancinho, martelo e o arado. “Leve isso
a seu povo, Ejigbô, e o trabalho na plantação vai ser mais fácil. Vão colher
muitos inhames, mais do que plantar com as mãos”, disse Ogun.
E assim foi feito, nunca se colheu tanto inhame, e a fome acabou. Agradecido a
Ogun o povo realizou uma grande festa em sua homenagem, ofereceram a ele um grande banquete de inhames feijão regado no azeite, caracóis e etc.
Ogun disse a Oxaguiã: - Na casa todos se vestem de branco, vou me vestir de
branco para receber as oferendas, e a partir de hoje, o inhame será meu alimento preferido.
Oxaguiã disse a Ogun: - Meu povo nunca há de esquecer sua dádiva, dê – me um
laço de seu abadá azul para que eu possa usar em minhas roupas brancas.
Vamos para sempre nos lembrar de Ogun.
O Itan nos revela porque do inhame ser um dos alimentos que não pode faltar nas oferendas a Ogun e nos revela também, porque Oxaguiã usa o azul
nas suas contas.
Na África o inhame se tornava o pão de todos os dias , já no novo mundo foi
substituído pela mandioca onde tem uma grande função dentro da casa de santo.
Na hora de fazer a farofa de exu , e as bolas para egun entre outras comidas de santo.
O inhame pertence a Ogun, Oxoguiã, Orumila entra em ebós ajé e Exu, e nos ebós odu de Ejionile, alafia, Ofum, e de certa forma Oxum também comunga do inhame em seu ipete.
Para o povo de axé existem o inhame macho e o fêmea.
-O macho costuma ter formato fálico (cará) e é consagrado a Ogun e a outros orixás que também o aceita.
-O fêmea arredondado (inhame) e é oferecido à Oxoguian e este é seu oficial. Quando cozido e utilizado como massa ou em bolas tem a função de amolecer, placar, estabilizar, amaciar tanto situações desfavoráveis, quanto pessoas. Também faz referências à cultura subsistência, ao trabalho e à alimentação de cada dia. Poucos sabem mas a quizila maior de Oxoguiã e dos outros orixás fun-fun são os inhames velhos.
-Da água do cozimento dos inhame pode se fazer um banho de descarrego para filhos de Oxoguiãn.
-Da casca seca e pilada pode se fazer um atin que atrai boas energias .
-Uma raiz colocada em casa ou em um comércio afasta energia negativa e traz boa sorte.
Que Ogum e Oxoguian sejam sempre por nós.
Crédito Amo Candomblé
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