À direção do Norte Shopping, no Rio de Janeiro
Nós, da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito - um movimento de defesa da democracia e dos direitos humanos, queremos saber quais providências serão tomadas diante do fato ocorrido com a jornalista, mulher negra, Nilza Valeria - que compõe a coordenação nacional da Frente e é uma ativista reconhecida por seu trabalho de articulação no combate à pobreza, à desigualdade e às iniquidades que imperam no Brasil, como o racismo e a misoginia.
A jornalista ao buscar uma joalheria para fazer um serviço no Norte Shopping, foi tratada com grosseria pela funcionária identificada como Roberta, que também se declarou gerente proprietária da Olímpia Store.
Com as lojas do shopping abertas era impossível identicar que a joalheria estava fechada. Em função disso ocorreu uma discussão entre ambas. Com intenção de ofender, Roberta chamou a jornalista de favelada e pobre.
Diante da animosidade com que as palavras foram ditas, a jornalista reconheceu o que todos os negros brasileiros sabem o que é: RACISMO.
Ao dizer para a funcionária da joalheria que ela estava sendo racista, a mesma respondeu que era impossível ela ser racista por ser casada com um negro.
A resposta, para nós, é mais um identificador do racismo sistêmico do país.
Nós, da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, não vemos como problema as palavras favelados e pobres. Esses são uma imensa maioria desse país tão desigual. São os que vivem em condições inadequadas, reféns da violência e da vulnerabilidade social, que inclui a fome, a doença e a morte.
Observamos, inclusive, que o Norte Shopping, no bairro de Pilares, é cercado de complexo de favelas, sendo pobres, negros e favelados os principais frequentadores do shopping.
Não há ofensa em ser trabalhador. Nem favelado, nem pobre, nem negro. Há ofensa, crime e pecado no racismo, velado ou declarado.
Sobre isso, não nos calaremos. A Frente de Evangélicos junto com a jornalista Nilza Valéria está tomando todas as medidas legais e esperamos que atitudes o Norte Shopping tomará, para que a dignidade humana seja sempre respeitada. Pois, somos imagem e semelhança de Deus. E cidadãos de um Brasil que precisa ser justo, igual e que, verdadeiramente, ofereça a todos, negros e brancos, a mesma oportunidade.
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