Em uma casa religiosa de Candomblé, todos tem um papel sócio-litúrgico a executar.
Do abian mais novo até ao dirigente, todos precisam ser reconhecidos naquele contexto religioso para identificar quem é quem, tornando a leitura da escala hierárquica da casa fácil de ser percebida pelos que a visitam.
Há algum tempo, um de meus
mestres, Taina Vasconcellos, me chamou a atenção sobre a apresentação dos Ogãs nos atuais candomblés, e que, em algumas casas, estavam destoando da importância social que eles sempre exercem.
Inicialmente não compreendi bem, mas fui pesquisar e observar e, aí, compreendi.
Irei falar da minha turma, deixando os demais atores desse intrincado cenário fora dessa reflexão.
Hoje é bem difícil vc chegar em uma casa, se vc não conhece os integrantes, identificar os Ogãs.
O vestir desses sacerdotes se confundem com o casual, o esportivo e, as vezes, até o inadequado para um ambiente religioso.
Vc não sabe quem é quem, até para pedir um copo com água ou pedir uma informação.
Por mais Ogãs e, principalmente, dirigentes, preocupados em manter uma tradição em valorizar seu quadro de sacerdotes com o traje mais adequado para fazer frente ao valor litúrgico desses importantes colaboradores do sucesso de um belo candomblé.
Na foto, o baluarte dos Ogãs, sempre trajando-se com a dignidade que um ogã precisa apresentar à comunidade do candomblé.
Fonte : Ekedji Priscila
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