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EDÙN ARA – OKUTÁ SÀNGÓ


 Se “Religião e Ciência se fundem, mas não se confundem”, se faz necessário, adentrar em outras ciências para entender certos fenômenos naturais presente em nossa cultura. Recorremos a “Física dos Relâmpagos e dos Raios”, para uma melhor compreensão dos diversos aspectos sobre a física envolvida nesse fenômeno que exprimem as forças da natureza, que por milhares de anos assustaram a humanidade. Relâmpago e raios são descargas elétricas com polaridades positivas e negativas. Grande parte da energia de um raio é transformada em calor, luz, som e ondas de rádio. Apenas uma fração dela é convertida em energia elétrica. Somente 20% dos raios tocam o solo e podem ser divididos em descendentes (nuvem solo) e ascendentes (solo nuvem).

A regra cientifica segundo a qual os minerais de origem pouco comum se formam através de processo de longa duração e são, por isso, bens não renováveis, tem uma notável exceção nos fulguritos, popularmente conhecido pelo nome de pedra-de-raio, pedra-de-santa-bárbara ou pedra-de-corisco, são materiais formados pela fusão de minerais ou rochas pela ação de um raio. Ao atingir o chão, a altíssima temperatura da descarga elétrica funde o material que encontra e pode, nesse processo, formar uma nova substancia mineral. É um processo natural e inorgânico, que produz uma substancia sólida, homogênea e de composição química definida. Não tem, é verdade, estrutura cristalina, mas assemelha-se à obsidiana e aos tectitos, justificando-se portanto seu estudo junto com os demais minerais.
Quando o raio cai sobre a areia e esta é - como a imensa maioria das areias, formada de quartzo, surge um mineral chamado lechatelierita. É uma substância fácil de identificar porque ocorre na forma de tubos alongados, com poucos centímetros de diâmetro e algumas dezenas de centímetros de comprimento, de cor clara, rugosos e foscos por fora, mas lisos e brilhantes internamente. Alguns fulguritos chegam a atingir 20 cm de comprimento e diâmetro de 6,2 cm, mas o usual é se encontrar peça menores mesmo porque ela se quebra facilmente. A espessura da parede costuma ter 1 a 5 mm.
Os raios e os trovões aparecem com constância nos mitos das civilizações do passado e obviamente não poderiam estar ausentes em nossa cultura. Na Bahia, os antigos escravos africanos acreditavam que a pedra-de-raio, desprendia-se da atmosfera durante as tempestades, ou seja, são consideradas pedras trazidas pelos raios, através do poder de Sàngó, cuja força mítica e meteórica a enterraria, ocultando-as na terra a uma profundidade de ‘sete palmos’, aflorando um palmo por ano até chegar a superfície e ser encontrada, que a sequestra para sua residência afim de que o lugar seja assim imunizado contra raios, já que é dito popularmente que “um raio não cai no mesmo lugar por duas vezes”. Ela teria poderes curativos e por isso era utilizada em preparos de remédios para diversas doenças, além de seu conhecido uso na liturgia dos descendentes dos iorubás no Novo Mundo
Instituição Faramonj.

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