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Tombamento do Ilê Axé Kalè Bokùn garante preservação do mais antigo terreiro ijexá do país


 A ialorixá Estelita Lima Calmon recebeu uma visita incomum e ao mesmo tempo emocionante na sua casa, em junho de 2016. Uma comitiva interinstitucional levou, nas suas mãos, o documento que deu início ao processo de tombamento do terreiro Ilê Axé Kalè Bokùn (terra das riquezas profundas), o mais antigo e um dos poucos terreiros da nação Ijexá existentes no Brasil, do qual era a dirigente. Na época, idosa e acamada, estava aos cuidados de seus filhos.

“Ela assinou a notificação e no dia seguinte descansou. Parecia que estava esperando só isso”, conta a ialorixá Vânia Amaral, 55 anos, sobrinha-neta da sua antecessora, enquanto olha, com respeito e carinho, para a fotografia de mãe Estelita exposta no barracão (local das cerimônias) do templo religioso, instalado, segundo o registro oficial, há 85 anos em Plataforma, numa das áreas de  Salvador com maior concentração de terreiros de Candomblé.

Naquele momento de reconhecimento, um cântico ecoou no quarto. “Quando pegou no papel, a mãe Estelita começou imediatamente a cantar para Ogum. Foi uma coisa linda”, lembra Leonel Monteiro, presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia (AFA), que estava presente e foi um dos responsáveis pela solicitação de tombamento.

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