Fomos tão prejudicados que, mesmo quando tentamos retornar à nossa Espiritualidade baseada na Natureza, muitas vezes somos apanhados em perspectivas eurocêntricas- como wicca - e tentamos trazer isso para a tradição Africana. Um exemplo perfeito é a tendência crescente de Mulheres Pretas que se identificam como "bruxas".
O termo europeu "bruxa" não corresponde a nenhuma crença na África tradicional. Ao usar esse termo, o subconsciente fará com que imitem o comportamento "bruxista" europeu. Na África tradicional, como em Yoruba, a palavra apropriada é "Aje". Ela é frequentemente traduzida como "bruxa", mas isso é uma interpretação eurocêntrica.
A palavra "Aje" é etimologicamente relacionada com "Asé".
Asé significa "o Poder de fazer acontecer"; e assim uma "Aje" é aquela que tem o Poder de fazer as coisas acontecerem através da energia feminina.
Ela não é uma "bruxa" fazendo feitiços em um pote. Ela é alguém que cultiva as Divindades Femininas dentro dela e usa isso para empoderar seu Povo. O papel da Aje na Sociedade Yorubá era principalmente como herbalista, muitas vezes dedicada à Divindade da saúde médica, Osanyin.
Certamente há aquelas que abusam do poder feminino para objetivos egoístas, mas não é uma questão de magias ou feitiçaria, mas de malícia e manipulação de seus desejos femininos. Mas não há "deusa bruxa" para ajudá-la a fazer o mal. Qualquer mal é do Setekh dentro de você e sua negligência em controlar seus instintos do complexo r (Apep).
Uma Mulher Preta que conjura os Poderes da Natureza e a Divina Energia Feminina não é uma bruxa. Ela é uma Ajé. Aquela que cultiva a Energia Feminina do Universo para fazer as coisas acontecer.
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