Xangô, foi um dia às terras do velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá era velho e lento, Por isso Xangô o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino, avistaram a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô levou Oxalá ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio. E foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era Oyá! Era o amalá do rei que ela preparava!
Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oyá e amalá! Xangô perdeu a cabeça e disparou pedreira abaixo, largando Oxalá em meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalá se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Xangô.
Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalá aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu.
Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida, nunca mais poderia comer em prato de louça ou porcelana ou em alguidar de cerâmica. Xangô só poderia comer em gamela de madeira, como comem os escravos.
Fonte Wagner Menezes.
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