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VAMOS ENTENDER O SIGUINIFICADO DA BENÇÃO.


 Eu sei que já falei disso por aqui mas, como as "novidades" sempre surgem, faz-se necessário repetir algumas coisas.

Semana passada eu li por aqui - não recordo na postagem de quem - a seguinte frase:"- meu pai abençoe, bença." O que me pareceu que o autor, genericamente, está entendendo que sua/seu interlocutora/interlocutora estava, de antemão pedindo-lhe a benção. Sem sequer preocupar-se se este interlocutor fosse mais velho que ele...
Bem, quero voltar a destacar que essas generalizações podem causar muito mais problemas que soluções. Primeiro, por não se saber com quem está falando. Segundo que, por se tratar de uma generalização, rompe com toda as "regras" que orientam a convivência dentro do Candomblé. E terceiro que desconsidera as especificidades étnicas existentes nas diversas origens desse mesmo Candomblé,
Em nossa Tradição maxina, a "benção" não possui este caráter de "abençoar" propriamente dito, chamando os "benefícios" dos Vodúns para determinada pessoa. É na verdade um cumprimento onde, pessoas iniciadas no Segredo" se reconhecem como tal. "Eu te reconheço; te identifico como pertencente à minha religião; você partilha comigo do mesmo Acè". "Eu identifico a "força" que você carrega dentro de si." A resposta é sempre a mesma. Há ainda a especificidade dos cumprimentos a partir da Família de Vodún para o qual a pessoa é iniciada: se for da Família de Heviosù ( Sogbó, Badé, Akorumbé, Abetawoió, Kposú, Loko e Averekete) o cumprimento é Aó. A resposta é Aó tin. Se o cumprimento por entre pessoas dessa mesma Família, é Dabosì aó. A resposta é a mesma: Aó tin.
Se o iniciado for da Família de Dangbè ( Bessén, Akotoken e Jikú) o cumprimento é Gbenoyi. A resposta é também, Gbenoyi.
E, finalmente de o iniciado for da Família que chamamos de Nagô-Vodún - divindades de origem Nagô, iniciados segundo o rito Vodún (Ogun, Agué, Odé, Azonsú, Oxun, Yemanjá, Oyá, Nanã, Olisá) o cumprimento é Konlonfé. A resposta é pura e simplesmente KOLONFÉ. Não tem o kolonfé Olorun; o Olorun kolonfé, e todas as combinações derivadas disso.
Outra gafe HORROROSA que se pode cometer é oferecer a mão para ser beijada. NÓS NÃO USAMOS esse tipo de cumprimento. Nos é constrangedor!
E, para concluir, o cumprimento sempre - SEMPRE! - parte do mais novo para o mais velho.
Simples assim.
Grande abraço.
Compartilhado do ZAP do Dothe Márcio De Odé.
Fonte Ogan Jaçanã.

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