Talvez seja a primeira vez que você esteja vendo um protestante pentecostal com sua companheira candomblecista.
Uma vez eu ouvir de um evangélico a experiência da primeira vez que foi visitar um terreiro. Ele disse que foi pro terreiro todo armado de medos e desinformações. Chegando lá ele viu um demônio que caiu por terra... o preconceito dele. Assim acontece com muitos que vão conhecer o terreiro.
Minha mãe era católica e ia frequentemente no terreiro da Dona Filinha aqui na primeira Favella, o Morro da Providência. Aqui existiam muitas casas de umbanda e candomblé, hoje em dia a maioria já não existem mais. Inclusive Clara Nunes vinha num candomblé aqui.
Quando eu tinha 3 anos de idade minha mãe deixou de ir no terreiro e na igreja católica e se tornou pentecostal.
Me criou na Assembleia de Deus até 2006 nos meus 17 anos, ano que ela faleceu. De 2006 até 2011 fui metodista e logo após voltei pra Bleia, não resistia ouvir um corinho de fogo e não me envolver no manto.
Em toda minha vida o tambor sempre foi presente. As vezes ouvia os toques da minha vizinha Dona Rita que também tinha uma casa de umbanda e as vezes na minha igreja que tinha percussão, inclusive tambores.
A questão é que meus pastores diziam que o tambor das religiões afro-brasileiras eram do demônio e os tambores da igreja eram de Deus. Acreditei por um tempo nisso. Mas ainda bem que o amor me alcançou. Me libertei das amarras filosóficas de homens descomprometidos com o respeito e o amor.
A religião que mais cresce no Brasil é a evangélica. Fazemos um papel muito bonito de ajudar nossos irmãos e irmãs que estão nas Favellas, presídios e hospitais. Mas ao mesmo tempo temos muitos lobos disfarçados de ovelhas no meio de nós. Pastores que pregam ódio e desrespeito a cultura ou crença do próximo.
Nossos presídios estão cheios de “líderes evangélicos” dizendo que as culturas afro-brasileiras são do demônio. A capoeira, o samba, o Jongo e qualquer cultura do povo negro sempre foi perseguido.
Não acredito em tráfico evangélico, acredito em tráfico evangelizado. Esse chefes de facções são terrivelmente influenciados por pastores preconceituosos é isso acaba refletindo nos territórios dominados por eles.
Em muitas igrejas que vou ouço muitas palavras e louvores falando de Exú, pombagiras, malandros, orixás e etc. Perdemos o foco? O que estamos pregando?
Minha companheira é do candomblé da nação de Angola e eu sou pastor da assembleia de Deus. Em nenhum momento ela me pede pra sair da minha pertença e eu também não peço pra ela abandonar a sua pertença. Porque quem faz isso não respeita o próximo.
Em casa ouvimos samba, MPB, funk, louvores e pontos. E o que nos une é o amor. Amor que tem na minha igreja e amor que tem no terreiro dela.
Demonizar as culturas afro-brasileiras é RACISMO RELIGIOSO. É RACISMO CULTURAL!
Perseguir a fé dos outros não é coisa de cristão!
Pastor Cosme Felippsen
3 Comentários
Os tempos estão chegando , O Amai vos uns aos outros!!!! Deus! É o Pai!!!🙏🌹
ResponderExcluirnada aver ser pastor ou ele ganha ela ou ela ganha ele Deus tem proposito para todas as coisas
ResponderExcluirAiaiai... q piada... não pela história... mas pelos personagens. Quem não conhece q compre...
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