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O CLÃ


 Dos anos 30 aos anos 50 comenta-se o sacerdócio da Doné Emiliana da Piedade, vodunsi de Ágüe. Seguida por Maria Romana Moreira, Romaninha de Pó, na condição de Deré, assumindo por um breve período os destinos do Bogum, entre 1953 a 1956, fato que não conta com a unanimidade.


A partir de Valentina Maria dos Anjos, a famosa Mãe Runhó, consagrada a Sogbo Adan, de 1960 a 1975, a linha sucessora parece clara e sem contestações.

Segue-se o período glorioso de Evangelista dos Anjos Costa, Lokossi, a sempre lembrada Mãe Nicinha, de Loko. Sua regência, mantendo as tradições mais caras do Bogum, estendeu-se de 1978 a 1994.

Chegamos aos dias atuais e à escolha da seguidora de Mãe Nicinha, cujos feitos memoráveis foram a reforma do espaço sagrado do seu templo e a solicitação da inclusão do Artigo 27o na Constituição Baiana. Os búzios, exaltados pelo Oluwó Agenor Miranda, em 30 de maio de 2002, indicou o nome de Zaildes Iracema de Mello, hieronímio Nandoji, uma filha de Azonsu, conhecida por Mãe Índia, neta da venerável Runhó, assumindo o cargo em 11 de agosto de 2003, com 36 anos de idade e no vigor da sua juventude.

Realizou a ampliação e reformas do sítio religioso do Bogum, (a primeira reforma fora feita na gestão de Gilberto Gil à frente da Fundação Gregório de Mattos e a segunda reforma na gestão do prefeito Antonio Imbassay).

A biografia religiosa de Mãe Índia, ou Nandoji Índia, começa com a sua iniciação pelas mãos de Doné Nicinha, tendo como pai pequeno o humbono Pai Vicente do Matatu, um grande sacerdote do rito jeje, iniciado na vida religiosa por Maria Romana.

Nandoji Índia seria a primeira na ordem iniciática, com a titulação de dofona do seu barco. Filha de uma família que manteve as tradições jeje, tem como pais dona Antonia Firmina de Melo e o sempre lembrado, pelos seus profundos conhecimentos das tradições religiosas jeje, Amâncio Melo.

Dedica-se atualmente à vida sacerdotal, já inaugurando alguns barcos (em torno de três). É difícil elaborar uma listagem completa dos iniciados no Bogum, porém julgamos serem muitos. Calcula-se em, no mínimo, 60 a 100 barcos somando-se os de Doné Runhó, Mãe Nicinha, Emiliana de Ágüe, Romaninha de Pó e Valentina.

Textos-base:

1. Nicolau Parés- A Formação do candomblé- História e Ritual da Nação Jeje na Bahia. Editora Unicamp. Félix Ayoh´omidire. ÀKỌGBÀDÙN – ABC da língua, cultura e civilização iorubanas. Salvador: EDUFBA : CEAO, 2004, p. 85.

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