DEIXEI O CANDOMBLÉ, NÃO O ORIXÁ
Por que deixou o candomblé?
Muitos me perguntam isso, então eis a resposta.
Eu me iniciei aos 13 anos de idade, sempre fui livre nas minhas buscas espirituais, nunca sendo repimida pelos orixás.
Mas eu não acredito na evolução espiritual que não reverbera na evolução moral. Não acredito no velho discurso: Do lado de fora você faz o que quiser com seu irmão, quando dentro do "ylê" respeite.
Acredito que todo seguimento de ordem espiritual deve abranger todos os âmbitos da vida do indivíduo. Se não é certo a maledicência no ato do culto, fora também não, pois é do lado de fora que damos testemunho de nossa fé.
Sou filho de Oxóssi e não o deixei!
Mas com o tempo vi que a tradição morria nos bastidores para que no barracão houvesse brilho e luxo.
Percebi que muitos estavam por medo, medo de que a própria liberdade ofendesse o Orixá, que a hierarquia era cruel o que alimentava a fogueira da vaidade no coração do abiã(não iniciando) que passava a usar o orixá como degrau para ter a honra de ser chamado de pai ou mãe e segurar um "adja".
Percebi que a roupa melhor era estatus, que babalorixá e yalorixá era profissão. Que assim como há quem pregue o evangelho do medo, há quem diga que o Exu vai destruir a vida de quem não lhe der a melhor roupa, o melhor galo, a melhor bebida!
Deixei o candomblé quando vi que a mão da misericórdia era desvalorizada em contrapartida dos homens que cobram fortunas para acender uma vela.
Quando passei a ver pessoas sendo iniciadas de qualquer forma apenas para pagar as contas de seu pai/mãe no santo.
Quando vi a tradição e o porquê de cada ato ritualístico ser quebrado na gargalhada de yaôs de kelê andando pelas ruas sem reverência alguma.
Eu deixei o candomblé quando vi que as pessoas entravam nele e saiam piores.
Quando percebi que festa de Exu era programa de sabado a noite para beber e fumar de graça.
Eu sai do candomblé quando a verdade dos ancestrais agonizava na ignorância de seus praticantes, que são tão intolerantes quanto quem os perseguem.
Eu sai do candomblé quando não mais quis fechar os olhos para as rodas da fofoca e da disputa de qual orixá dança melhor; quem estava e quem não estava incorporada; de quem se veste melhor ou vem com a mesma roupa; quando percebi que onde deveriamos despertar o melhor em nós estavamos sendo incentivados a sermos o pior.
Muitos irão discordar, e até se ofender, ou dizer que não conheci lugares decentes da prática do candomblé. Sim, pode até ser...Mas não falo dos orixás,falo da instituição humana, que não segue as verdades da evolução e que desrespeitam a missão dos próprios Orixás!
Para seu orixá você não vale o que pode dar para ele, pois ele é o espírito da natureza, tudo ja tem! Ele não come e não veste.
Para o orixá você é o que você é para seu proximo e a sua maior oferenda é o que vc oferta para seu proximo.
O orixá é a presença de Deus onipotente nos direcionando ao crescimento, não só material, mas ao crescimento espiritual e moral.
Eu deixei o candomblé não pelas falhas morais das pessoas, mas porque a forma como esta bela religião é vivida, não está em concordância com o que de fato é o Orixá e o que desejo para mim quanto ser em evolução!
Eu me iniciei aos 13 anos de idade, sempre fui livre nas minhas buscas espirituais, nunca sendo repimida pelos orixás.
Mas eu não acredito na evolução espiritual que não reverbera na evolução moral. Não acredito no velho discurso: Do lado de fora você faz o que quiser com seu irmão, quando dentro do "ylê" respeite.
Acredito que todo seguimento de ordem espiritual deve abranger todos os âmbitos da vida do indivíduo. Se não é certo a maledicência no ato do culto, fora também não, pois é do lado de fora que damos testemunho de nossa fé.
Sou filho de Oxóssi e não o deixei!
Mas com o tempo vi que a tradição morria nos bastidores para que no barracão houvesse brilho e luxo.
Percebi que muitos estavam por medo, medo de que a própria liberdade ofendesse o Orixá, que a hierarquia era cruel o que alimentava a fogueira da vaidade no coração do abiã(não iniciando) que passava a usar o orixá como degrau para ter a honra de ser chamado de pai ou mãe e segurar um "adja".
Percebi que a roupa melhor era estatus, que babalorixá e yalorixá era profissão. Que assim como há quem pregue o evangelho do medo, há quem diga que o Exu vai destruir a vida de quem não lhe der a melhor roupa, o melhor galo, a melhor bebida!
Deixei o candomblé quando vi que a mão da misericórdia era desvalorizada em contrapartida dos homens que cobram fortunas para acender uma vela.
Quando passei a ver pessoas sendo iniciadas de qualquer forma apenas para pagar as contas de seu pai/mãe no santo.
Quando vi a tradição e o porquê de cada ato ritualístico ser quebrado na gargalhada de yaôs de kelê andando pelas ruas sem reverência alguma.
Eu deixei o candomblé quando vi que as pessoas entravam nele e saiam piores.
Quando percebi que festa de Exu era programa de sabado a noite para beber e fumar de graça.
Eu sai do candomblé quando a verdade dos ancestrais agonizava na ignorância de seus praticantes, que são tão intolerantes quanto quem os perseguem.
Eu sai do candomblé quando não mais quis fechar os olhos para as rodas da fofoca e da disputa de qual orixá dança melhor; quem estava e quem não estava incorporada; de quem se veste melhor ou vem com a mesma roupa; quando percebi que onde deveriamos despertar o melhor em nós estavamos sendo incentivados a sermos o pior.
Muitos irão discordar, e até se ofender, ou dizer que não conheci lugares decentes da prática do candomblé. Sim, pode até ser...Mas não falo dos orixás,falo da instituição humana, que não segue as verdades da evolução e que desrespeitam a missão dos próprios Orixás!
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Motúnbá kolofé!
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