Òrìșànlá (Orixalá) ou Obàtálá, “O Grande Orixá” ou “Rei do Pano Branco”, também conhecido como Òșàlá (Oxalá),
ocupa na África uma posição única e incontestável de mais importante Orixá e o mais elevado dos deuses iorubás. Foi o primeiro a ser criado por Olodumaré, o Deus supremo. É também chamado de Obà-Ìgbò, "Rei dos Igbôs". Tinha um caráter bastante obstinado e independente, o que lhe causava inúmeros problemas. Não temos como falar deste Orixá sem citar o mito da criação do mundo.
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Milhares de anos depois de ter criado o universo, Olodumaré resolveu dar vida à terra, que até então era composta apenas de água. Òșàlá foi encarregado por Olodumaré de criar o mundo, as pessoas, os animais e as plantas, com os poderes àbá e áșę (sugerir e realizar), razão pela qual é saudado com o título de Alábáláșę (Alabalaxé) - "Aquele que cria com autonomia". Para cumprir sua missão, antes da partida Olodumaré entregou-lhe o “saco da criação”. O poder que lhe fora confiado não o dispensava, entretanto, de submeter-se a certas regras e de respeitar diversas obrigações, assim como os outros Orixás.
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Conta uma história de Ifá que, antes de iniciar sua viagem para criar o mundo, em razão de seu caráter altivo, Òșàlá se recusou a reverenciar Èșù (Exú), também um dos primeiros Orixás criados, fiscalizador com diferentes atributos ligados à comunicação entre o além e a terra, aos caminhos e à fertilidade.
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Òșàlá pôs-se a caminho de sua empreitada apoiado num grande cajado de estanho, seu òpá șóró (lê-se xorô), o cajado para fazer cerimônias. No momento de ultrapassar a porta do Além, encontrou Èșù que, descontente com a recusa do Grande Orixá em fazer as oferendas prescritas, dentre elas uma oferenda de sal numa cabaça, vingou-se pregando a cabaça nas costas de Òșàlá que com o tempo foi ficando corcunda (esta é a razão pela qual, quando se cultua Òșàlá, o sal não pode ser utilizado, e também o motivo pelo qual o caramujo é o animal sagrado deste Orixá). Outro "castigo" imposto por Èșù foi fazer com que Òșàlá sentisse uma sede intensa em sua jornada. E para matar sua sede, este não teve outro recurso senão o de furar com o seu cajado a casca do tronco de um dendezeiro em busca do que beber. Um líquido refrescante deste escorreu: era o vinho da palmeira. Ele bebeu-o, ávida e abundantemente. Ficou bêbado. Não sabia mais onde estava e caiu adormecido.
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Veio então Odùduà, criado por Olodumaré depois de Òșàlá. Vendo o Grande Orixá adormecido, roubou-lhe “o saco da criação”, dirigiu-se à presença de Olodumaré para mostrar-lhe seu achado e lhe contar em que estado encontrava-se Òșàlá. Olodumaré então exclamou: “Se ele está neste estado, vá você, Odùduà! Vá criar o mundo!”
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Odùduà saiu assim do Além e se encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair à substância marrom contida no saco da criação. Era terra. Formou-se então um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Ali ele colocou uma galinha, cujos pés tinham cinco garros. Esta começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez mais, o que os iorubás chamam de "nfè", expressão que deu origem ao nome de Ifè, cidade da Nigéria a nordeste de Ibadam, considerada o centro cultural de formação do povo iorubá, o berço do mundo. Odùduà aí se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás, e tornou-se assim o Óòni Ifè, rei de Ifè e da terra.
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Quando Òșàlá acordou, não mais encontrou ao seu lado o saco da criação. Despeitado, voltou a Olodumaré que, como castigo pela sua embriaguez, proibiu o Grande Orixá de beber vinho da palmeira e de utilizar elementos que continham dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida. Por essa razão, Òșàlá é também chamado de Alámorere, o “proprietário da boa argila”.
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Pôs-se a modelar os corpos das pessoas, mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho e, nos dias em que se excedia, as pessoas saíam de suas mãos contrafeitos, deformados, capengas, corcundas ou com as cores pálidas (eram os albinos). Entre os iorubás, todas as pessoas que fazem parte dessas tristes categorias lhe são consagradas e tornam-se adoradoras de Òșàlá.
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Em seus rituais as pessoas utilizam o ęfun (giz branco) para enfeitar o corpo. Lhe são feitas oferendas de alimentos brancos, como pasta de inhame, milho e limo da costa. O vinho e o azeite, provenientes do dendê, e o sal são as principais interdições. As pessoas que lhe são consagradas devem sempre se vestir de branco, usar colares da mesma cor e pulseiras de estanho, chumbo ou marfim.
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Òșàlá foi casado com Yemòwo, e as imagens das duas divindades foram colocadas uma ao lado da outra e cobertas por traços e pontos desenhados com ęfun, no Ilésìn, local de adoração desse casal no templo de Ideta-Ilê, no bairro de Itapa, em Ifè. Dizem que Yemòwo foi a única mulher de Òșàlá, um caso excepcional de monogamia entre os Orixás, muito propensos a terem aventuras amorosas múltiplas e a renovar facilmente seus votos matrimoniais.
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Milhares de anos depois de ter criado o universo, Olodumaré resolveu dar vida à terra, que até então era composta apenas de água. Òșàlá foi encarregado por Olodumaré de criar o mundo, as pessoas, os animais e as plantas, com os poderes àbá e áșę (sugerir e realizar), razão pela qual é saudado com o título de Alábáláșę (Alabalaxé) - "Aquele que cria com autonomia". Para cumprir sua missão, antes da partida Olodumaré entregou-lhe o “saco da criação”. O poder que lhe fora confiado não o dispensava, entretanto, de submeter-se a certas regras e de respeitar diversas obrigações, assim como os outros Orixás.
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Conta uma história de Ifá que, antes de iniciar sua viagem para criar o mundo, em razão de seu caráter altivo, Òșàlá se recusou a reverenciar Èșù (Exú), também um dos primeiros Orixás criados, fiscalizador com diferentes atributos ligados à comunicação entre o além e a terra, aos caminhos e à fertilidade.
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Òșàlá pôs-se a caminho de sua empreitada apoiado num grande cajado de estanho, seu òpá șóró (lê-se xorô), o cajado para fazer cerimônias. No momento de ultrapassar a porta do Além, encontrou Èșù que, descontente com a recusa do Grande Orixá em fazer as oferendas prescritas, dentre elas uma oferenda de sal numa cabaça, vingou-se pregando a cabaça nas costas de Òșàlá que com o tempo foi ficando corcunda (esta é a razão pela qual, quando se cultua Òșàlá, o sal não pode ser utilizado, e também o motivo pelo qual o caramujo é o animal sagrado deste Orixá). Outro "castigo" imposto por Èșù foi fazer com que Òșàlá sentisse uma sede intensa em sua jornada. E para matar sua sede, este não teve outro recurso senão o de furar com o seu cajado a casca do tronco de um dendezeiro em busca do que beber. Um líquido refrescante deste escorreu: era o vinho da palmeira. Ele bebeu-o, ávida e abundantemente. Ficou bêbado. Não sabia mais onde estava e caiu adormecido.
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Veio então Odùduà, criado por Olodumaré depois de Òșàlá. Vendo o Grande Orixá adormecido, roubou-lhe “o saco da criação”, dirigiu-se à presença de Olodumaré para mostrar-lhe seu achado e lhe contar em que estado encontrava-se Òșàlá. Olodumaré então exclamou: “Se ele está neste estado, vá você, Odùduà! Vá criar o mundo!”
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Odùduà saiu assim do Além e se encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair à substância marrom contida no saco da criação. Era terra. Formou-se então um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Ali ele colocou uma galinha, cujos pés tinham cinco garros. Esta começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez mais, o que os iorubás chamam de "nfè", expressão que deu origem ao nome de Ifè, cidade da Nigéria a nordeste de Ibadam, considerada o centro cultural de formação do povo iorubá, o berço do mundo. Odùduà aí se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás, e tornou-se assim o Óòni Ifè, rei de Ifè e da terra.
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Quando Òșàlá acordou, não mais encontrou ao seu lado o saco da criação. Despeitado, voltou a Olodumaré que, como castigo pela sua embriaguez, proibiu o Grande Orixá de beber vinho da palmeira e de utilizar elementos que continham dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida. Por essa razão, Òșàlá é também chamado de Alámorere, o “proprietário da boa argila”.
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Pôs-se a modelar os corpos das pessoas, mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho e, nos dias em que se excedia, as pessoas saíam de suas mãos contrafeitos, deformados, capengas, corcundas ou com as cores pálidas (eram os albinos). Entre os iorubás, todas as pessoas que fazem parte dessas tristes categorias lhe são consagradas e tornam-se adoradoras de Òșàlá.
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Em seus rituais as pessoas utilizam o ęfun (giz branco) para enfeitar o corpo. Lhe são feitas oferendas de alimentos brancos, como pasta de inhame, milho e limo da costa. O vinho e o azeite, provenientes do dendê, e o sal são as principais interdições. As pessoas que lhe são consagradas devem sempre se vestir de branco, usar colares da mesma cor e pulseiras de estanho, chumbo ou marfim.
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Òșàlá foi casado com Yemòwo, e as imagens das duas divindades foram colocadas uma ao lado da outra e cobertas por traços e pontos desenhados com ęfun, no Ilésìn, local de adoração desse casal no templo de Ideta-Ilê, no bairro de Itapa, em Ifè. Dizem que Yemòwo foi a única mulher de Òșàlá, um caso excepcional de monogamia entre os Orixás, muito propensos a terem aventuras amorosas múltiplas e a renovar facilmente seus votos matrimoniais.
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